O
Centro Cultural Ouvidor 63 é a maior ocupação artística da América Latina. Mas,
antes de se tornar esse local de tamanha expressão artística, os moradores que
hoje lá habitam precisaram se organizar e participar do movimento global
chamado “Ocupa Mundo!”, em 2014: este movimento surgiu em Wall Street, Nova
Iorque, e a partir dele, pessoas de diversos lugares do mundo, como Espanha e
Brasil, começaram a protestar a favor da autogestão (contra a representação por
meio de partidos políticos), da descriminalização do aborto, pelo fim do
machismo, racismo, homofobia e etc. Após ocupar o Viaduto do Chá por mais de 26
dias, o grupo de manifestantes percebeu que era preciso achar um lugar onde
eles pudessem ficar seguros. Foi então que encontraram o prédio no centro de
São Paulo, localizado na Rua do Ouvidor, número 63. Inicialmente, o prédio era
só mais um dos tantos que estão abandonados no centro de São Paulo, já foi
utilizado como Secretaria de Cultura e, em 2005, o CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) realizou um
estudo para a implementação de moradias de interesse social no local, porém os
resultados apontaram inviabilidade socioeconômica. O Governo do Estado já
tentou vender o edifício duas vezes para a iniciativa privada por intermédio de
leilões, todavia não houve interessados. No
dia 1 de maio de 2014, o grupo de manifestantes resolveu ocupar o prédio que
estava ocioso: reformou, pintou as paredes com artes diversas, imprimindo ali
as identidades de cada um. Daí, então, surgiu o Coletivo Cultural Ouvidor 63.
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| Faixada do prédio Ouvidor 63. |
Desde
então, os moradores participam de edit para arrecadar dinheiro e conseguir
manter o prédio onde moram atualmente. Os artistas também possuem uma parceria
com a Red Bull Station, que éuma iniciativa a qual visa englobar projetos
experimentais de variados tipos de arte: ateliês, shows, palestras, músicas,
etc. O prédio da Red Bull se localiza ao lado do prédio do Ouvidor, e o espaço
também é disponibilizado para mostras artísticas e realização de diversos
eventos.
Graças
à parceria dos dois centros culturais, será realizada no Ouvidor 63, em
setembro de 2018, a 2° Bienal de Artes do Ouvidor, paralelamente à Bienal de
Artes de São Paulo – a primeira foi realizada em 2016. Esta vai reunir todo o
trabalho desenvolvido durante 6 meses nos 24 laboratórios presentes no enorme
prédio da Red Bull. Então, a interconexão de conhecimento entre os artistas do
Ouvidor e os que ocupam os espaços e ateliês da Red Bull Station, permite que
os espaços sejam compartilhados entre todos e que tudo aconteça de uma forma
orgânica.
Este
ano, 2018, a ocupação comemorou quatro anos de (r)existência e, apesar da
grande rotatividade de moradores (citada inclusive pela moradora Alexia, que
nos apresentou o prédio no dia da visitação) a essência do lugar é mantida e
respeitada por todos que ali adentram.
PÁGINA DO FACEBOOK: https://www.facebook.com/ouvidor63/
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