A escolha

O trabalho foi passado logo no primeiro dia de aula e muitos nem se conheciam, então foi difícil escolher algo unânime logo de início e assim, passamos um tempo analisando diversas sugestões de eventos dos integrantes do grupo. Inicialmente, não foi fácil decidir, porque precisávamos de um evento que tivesse uma localização acessível a todos os membros, que moram em diferentes localidades. Quando o Luiz, um dos membros do nosso grupo, sugeriu o evento “Impressões Das Coisas - I Feira De Arte Impressa do Ouvidor 63” todos ficaram interessados, já que o tema de uma ocupação é algo que divide opiniões, e a junção de diversas expressões artísticas tornava isso muito mais atrativo, além do fato de o local ser de fácil acesso, por ser localizado próximo à estação Anhangabaú. Por esses motivos, o evento acabou sendo escolhido.

A feira estava marcada para o dia 7 de julho, mas infelizmente, devido a problemas de saúde do organizador - que acabou hospitalizado -, a feira foi adiada para o dia 14 de julho. Como consequência desse acontecimento e a insegurança de realização do evento no dia adiado, decidimos por realizar uma visita na ocupação. Como um dos membros do grupo já havia visitado o lugar anteriormente e conversado com alguns responsáveis – que disseram que todos os dias o prédio fica aberto à visitação, mas precisava estar acompanhado de algum dos moradores -, decidimos mandar uma mensagem na página do Facebook da ocupação, perguntando se era possível a visitação no dia 13 de Julho. Responderam a mensagem dizendo que nós poderíamos ir, e então foi o que aconteceu.

O Centro Cultural Ouvidor 63 é a maior ocupação artística da América Latina e lá, músicos, grafiteiros, escultores, circenses, atores, pintores e muitos outros artistas não somente brasileiros, mas das mais diversas nacionalidades deram nova vida ao edifício: limparam, pintaram e modificaram diversos espaços do prédio, transformando os andares para comportar suas residências e ateliês. Ao nosso ver, a ressignificação artística que os novos moradores trouxeram ao Ouvidor não é apenas uma expressão cultural, mas também identitária.

Dito isso, pode-se perceber que a visitação realizada ao Centro Cultural Ouvidor 63 foi escolhida pelo grupo tanto pelo potencial quanto pela relevância que o local expressa para o tema de identidade e cultura. A ideia de uma ocupação é algo que costuma divergir opiniões e por ter características artísticas, o local tornou-se um contraste ainda maior, pois a ocupação artística realizada no Ouvidor traz em si expressões culturais de diversos ramos da sociedade, em grande parte das minorias marginalizadas pelo sistema em que nos encontramos, e aqueles que ali vivem têm a arte não apenas como meio de sobrevivência, mas principalmente como meio de resistência, através do qual exprimem suas identidades e criam sua própria cultura. 












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